[Paulicéia 050] Casa Jardim Secreto: "Nosso maior foco agora, é o ecológico"
Casa-bazar-ateliê na Santa Cecília tem a sustentabilidade como fator determinante para escolha de expositores
TL;DR 👉
Na entrevista de segunda-feira, Gladys Tchoport e Claudia Kievel falaram sobre a criação da Feira Jardim Secreto.
A primeira versão da Casa Jardim Secreto foi no Bixiga e tinha a intenção de ser uma extensão da Feira.
Pandemia mudou planos: a Casa quase foi um espaço de autocuidado e farmácia natural!
Hoje, o determinante na escolha dos produtores que expõem na Casa Jardim Secreto é a sustentabilidade.
Atenção 👉 A entrevista a seguir é apenas para assinantes que apoiam financeiramente o Paulicéia. Você pode apoiar o projeto a partir de R$15 por mês para receber os três emails semanais e ter acesso a todo o conteúdo já publicado. Conheça as modalidades.
Por que a primeira Casa Jardim Secreto foi no Bixiga?
Claudia - Nós estávamos nos aproximando do bairro, da região. A ideia é que seria muito legal ter um espaço físico que fosse apoio no dia da Feira e também continuasse o que a gente fazia em outros dias. Imaginamos que, já tendo referência do bairro, se as pessoas vão na Feira, na praça, elas iriam para a Casa. Mas o dia a dia do comércio é bem diferente.
Gladys - A primeira ideia nem era que fosse um comércio, mas um espaço de encontro das pessoas que estavam na Feira. Fomos tentando criar um calendário, uma agenda de atividades, e vimos que era difícil cuidar dessa agenda e cuidar do espaço, da loja colaborativa. A loja colaborativa dá muito mais trabalho do que uma loja comum, então focamos nela e acabou ficando mais forte.
Antes da pandemia, quais eram os planos para a Casa Jardim Secreto?
Gladys - A gente ia mudar de endereço, queríamos sair de lá do Bixiga para vir pra Santa Cecilia, porque a gente já tava com o Galpão Jardim Secreto [ne: hoje desativado] funcionando e queria deixar tudo no mesmo bairro para facilitar a rotina, até porque nós duas moramos por aqui, éramos vizinhas de porta.
Claudia - A Casa Jardim Secreto ia se tornar um espaço de cuidados naturais, de autocuidado com foco em farmácia natural. E nos demos conta de que no Bixiga íamos ficar comercialmente isoladas, ter dois espaços parecidos em bairros próximos não fazia sentido. Aí decidimos focar em um segmento que as pessoas buscam muito mas que sabemos que falta informação. A farmácia natural acabou virando uma coisa meio de beleza, deu uma hypada, queríamos ter um espaço para falar que autocuidado é mais simples do que complexo. As pessoas estão deixando o autocuidado mais complicado, com pressão, com uma ideia de rotina perfeita. E a gente começou a conversar sobre isso com as marcas de cosméticos, que na verdade tinha que ser bem mais simples. Mas por causa da pandemia as coisas não aconteceram como o planejado, e decidimos manter tudo fechado. A gente ia abrir do lado da Selvva, sabe? Tínhamos feito o projeto de arquitetura e tudo!
Gladys - A gente já estava pra assinar o contrato, estava pronto. E aí acabou que com a pandemia nós não íamos conseguir arcar com esses custos. Isso segurou a gente. Aí nos mantivemos com o Galpão e chegamos a fazer algumas edições online da Feira.
Como a relação dos produtores com a Casa é diferente da Feira?
Gladys - O processo burocrático todo é bem diferente. Não é como no dia da Feira, em que o produtor leva o estoque, vende e vai para casa. Tem processo de trazer e cadastrar o produto, emissão de nota fiscal, expectativa de venda, a comunicação, a conversa diária com as marcas. Hoje estamos com 70 marcas, e praticamente todos os dias tem feedback de vendas, produtor pedindo informações sobre o produto que não tá vendendo, pensando em como podemos vender melhor. Aí vem o nosso desafio, que é fazer isso com todas as marcas a cada cliente que entra na Casa. A gente não consegue explicar a história de cada marca para cada pessoa, mas precisamos ter toda essa bagagem, saber tudo de todas as marcas pra fazer essa apresentação. E estamos aqui, disponíveis, com Casa aberta de quarta a domingo, prontas para receber todo mundo que quer conhecer o trabalho dessas pessoas. Então somos a vitrine dessas marcas, aqui na Casa nós falamos por elas. No dia da Feira, não, é pontual.
Claudia - Hoje estamos focando em marcas que estão em algum processo de sustentabilidade interna, na estrutura e na produção. Nós vemos os materiais, se usa plástico a gente já não chama. Implementamos recentemente uma política reversa, todos os produtos que são consumidos o cliente pode trazer a embalagem de volta, tentamos ir atrás de marcas familiarizadas com a economia circular, porque o que eu estou produzindo não vai poder ser descartado no meio-ambiente, preciso entender o que vai acontecer com aquilo depois. Agora nosso maior foco é o ecológico.
11 coisas bacanas para fazer em São Paulo neste fim de semana.