[Pauliceia] Minhas dez entrevistas preferidas do Paulicéia
TL,DR 👉 Essa é a última semana do Paulicéia. Abaixo, as conversas que mais gostei de ter nesse ano.
Foram setenta entrevistas. É coisa à beça. Algumas muito boas, outras nem tanto. Nem sempre está no nosso controle que uma entrevista "renda". Às vezes o entrevistado ou a entrevistadora estavam num mau dia e mesmo que o tema fosse interessante o assunto simplesmente não engata. E às vezes acontece o contrário: uma entrevista que poderia ser banal ganha cor, vida e energia por causa de um entrevistado que tem paixão pelo assunto.
E vou deixar uma coisa aqui só como curiosidade mesmo: muitas foram as entrevistas que ficaram pelo caminho. Mensagens não respondidas, gente que só tinha agenda em 2023 e até entrevista cancelada quando eu já estava no local, gente que disse algo e depois voltou atrás e quis desdizer. Esse é o lado chato do trabalho.
Mas entre buracos e ladeiras, todas as entrevistas realizadas foram publicadas e eu aprendi demais nesse processo. Minhas onze preferidas estão abaixo, em ordem de publicação. Talvez outras entrevistas sejam mais importantes ou tenham dito mais cliques. Essas foram escolhidas de forma totalmente pessoal, são conversas em que às vezes me reconheci, aprendi algo ou apenas me diverti muito fazendo.
Deixo aqui meu agradecimento à produtora Camila Mazzini que fez muito mais do que agendar e decupar entrevista: foi uma aliada valiosa, encontrando temas e assuntos onde eu não estava vendo, e ao escritor e editor Mateus Baldi, que lidou com meus typos, arrumou vírgulas fora de lugar e sugeriu correções em mais de cem emails, às vezes com prazo curtíssimo — não furamos nem uma edição! Meu muito obrigada também à Milo Araújo, que desenhou o logo e a programação visual do Paulicéia, e ao fotógrafo Ale Ruaro, pelos retratos emprestados. Obrigada também a toda a turma do Substack, principalmente Kelsa Trom e Zoë Dolan, pelo suporte.
A entrevista final do Paulicéia, com o escritor paulista Marçal Aquino, foi a que mais gostei de fazer e editar por um motivo simples: eu gosto demais de falar com pessoas que escrevem, e poder ouvir do Marçal sobre sua relação com a escrita, esse processo que parece mágico mas que é fruto de muito esforço e dedicação, me fez ter vários daqueles momentos "sim, é isso!"
Gosto muito da Flávia, pessoa que conheço da internet e IRL desde o final dos anos 90. Somos colegas de geração e sinto que nossas trajetórias têm em comum essa coisa de sair fazendo as coisas pra ver o que dá certo. A conversa com ela passa por tudo isso: ser uma pessoa "da internet", saber se virar e ver um projeto despretensioso se tornar uma coisa enorme (e importante).
Eu já tinha entrado várias vezes na Casa do Povo, mas não dessa forma. Um dos espaços mais especiais de São Paulo, a Casa é um lugar de muita história e, como diz a Mônica, de muita paixão. Uma entrevista que comecei como curiosa e acabei como fã.
Estudiosa da cidade (e das muitas cidades dentro da cidade), a Raquel estava na minha lista de "entrevistáveis" desde o começo, mas o gancho veio com a publicação de seu livro mais recente, explicando por que São Paulo é do jeito que é, e quais foram os impactos da pandemia. Uma aula.
A entrevista recordista de leituras do Paulicéia é uma que deu trabalho pra sair, porque o Chico é um conversador e as gravações foram cortadas por digressões, fofocas e papinhos. No final, consegui espremer para manter o mais importante: o trabalho que ele, excelente repórter e escritor, faz para contar as histórias das personagens que encontra.
Apesar do trabalho importantíssimo (entre outras coisas ela ajudou a criar a Virada Cultural e a organizar o Carnaval da cidade em um momento-chave do crescimento da folia), Karen é uma dessas pessoas de bastidores que pouca gente conhece. Então eu tinha receio da entrevista flopar, porque a experiência de gestão cultural é um interesse muito específico. Mas os comentários recebidos confirmaram uma coisa que eu já sabia: todo mundo ama a Karen.
Uma entrevista que deu trabalho. Foi difícil pinçar o que destacar da trajetória de uma das pessoas mais ilustres das artes brasileiras. Escolhi o caminho da cidade e o deixei falar sobre o Museu Afro, sobre a Pinacoteca, sobre o MASP. Foram duas edições bem longas, mas poderia ter sido três ou quatro.
Uma das primeiras entrevistas do Paulicéia e, creio, a situação que fez cair minha ficha de que precisaria encontrar uma forma de deixar as pessoas falarem sobre o que quisessem. A conversa com as duas sommelieres que têm uma loja de vinho e um restaurante em São Paulo, teve foco em um momento específico da pandemia, quando muita gente (mas não todo mundo) fechou tudo. Dani e Cássia demoraram a reabrir seus negócios e falaram sobre como foi inventar estratégias de sobrevivência no período.
A conversa com o Rafael Vilela, fotógrafo, foi longa. Falamos sobre muitas coisas, todas elas importantes. Acabou sendo um trabalho intenso de edição, de escolher o que entrava e o que não entrava no email final. Decidi deixar o que acredito que fala melhor sobre nosso momento: a cobertura que Rafael fez (e segue fazendo) sobre os impactos sociais da pandemia.
Talvez o mais importante projeto que apareceu no Paulicéia, a Agência Cultural Solano Trindade é sobre comida, sobre cultura e a importância de estabelecer vínculos. A entrevista foi feita na esteira do nome do Thiago ter aparecido na lista 50 Next, premiação de iniciativas sociais que estão mudando o mundo.
Foi uma das primeiras entrevista e, relendo hoje, fica claro pra mim que ainda não tinha acertado nem tom e nem formato das edições, mas pouco importa: foi demais aprender como é o trabalho de bastidores do Prato Firmeza, um guia de gastronomia das quebradas de São Paulo. Essa terceira edição do guia saiu durante a pandemia e teve foco na herança africana das cozinhas de todas as regiões da cidade, e foi ganhadora de um Jabuti em 2021.
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Mais uma vez, muito obrigada,
Gaía Passarelli