[Paulicéia extra] Setembro em São Paulo
Thiago Ney, autor da MargeM Newsletter, indica a abertura da 34ª Bienal
TL;DR ➡️ O Thiago Ney, autor da ótima MargeM Newsletter, de dicas de cultura, indica a Bienal de Arte de São Paulo, que abre para o público nesse sábado. E as minhas dicas para o mês de setembro em São Paulo: Virada Sustentável, caminhada Heroínas Negras, curso de literatura e liberdade com JP Cuenca e mostra da artista israelense Noa Eshkol. Tudo aí.
Vem aí: Bienal 70
por Thiago Ney, MargeM Newsletter
Se São Paulo é uma cidade legal, o que faz essa cidade ser legal? São Paulo definitivamente não é legal quando temos de passar dias e noites enfurnados em casa, saindo em ritmo de conta-gotas para ir ao supermercado ou à farmácia. Mas São Paulo, parece, ameaça voltar a ser legal. e com um evento que sempre fez de São Paulo uma cidade legal: a Bienal de Arte. Mesmo uma Bienal capenga como aquela de 2008, a "Bienal do Vazio", é uma Bienal que vale a pena para ser vista, comentada, elogiada, criticada.
Esta 34ª edição1 é uma incógnita. O crítico Fabio Cypriano, por exemplo, escreveu que a Bienal escolheu um "burocrata da arte contemporânea como curador". O texto saiu em 20192, quando o italiano Jacopo Crivelli foi indicado para comandar a mostra que abre para o público neste sábado.
Será? Pode ser, mas vamos lá. Porque, com curadoria burocrática ou não, é uma Bienal que tem obras de gente como Carmela Gross, as drags Themônias, Naomi Rincón Gallardo, Paulo Nazareth, Zina Saro-Wiwa e várias outras, além de uma presença forte de artistas indígenas, como Jaider Esbell3.
Com a vacinação e, agora, com a Bienal de Arte, São Paulo, tomara, vai voltar a ser legal.
A MargeM do Thiago Ney é uma das mais bacanas (e completas) newsletters com dicas de coisas legais para ler/ver/fazer. E melhor: é de graça. Assine aqui.
E voltando para nossa programação normal, as dicas abaixo são minhas mesmo. Antes de seguir, queria lembrar que a Fervo Conference vai até amanhã com programação gratuita de talks e lives rolando no Youtube. Eu participo fazendo a mediação da mesa de encerramento, sábado às 19h.
Guia Negro: Caminhada Heroínas Negras
O tour resgata histórias de mulheres negras importantes, como Ruth Guimarães, Tereza de Benguela, Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro, passando por vários pontos do centro de São Paulo. A saída é da Praça da República e o roteiro é todo em espaços abertos, com uso obrigatório de máscaras. Próximo grupo sai em 26 de setembro, para reservar fale com a Diaspora.Black.
Noa Eshkol na Casa do Povo
A exposição “Noa Eshkol: corpo coletivo”, realizada em conjunto com a 34ª Bienal de São Paulo4, leva à Casa do Povo, no Bom Retiro, as obras da coreógrafa, teórica e artista israelense Noa Eshkol. A seleção de documentos, obras têxteis e vídeos destaca, segundo a curadora Marilia Loureiro, “o caráter coletivo e comunitário da obra de Noa Eshkol, que confunde em tantos momentos com a própria história da Casa do Povo”. A exposicão é gratuita e vai até 15 de outubro.
“Literatura e Liberdade”, com JP Cuenca na Mário de Andrade
Hoje é o último dia para se inscrever no curso do escritor carioca residente em São Paulo, parte da programação de setembro na Biblioteca Mário de Andrade. Em quatro encontros, fala das contradições entre literatura e liberdade, usando textos recentemente incluídos em listas de “obras a serem recolhidas” em insituições brasileiras. Estão no programas textos de Machado de Assis, Rubem Fonseca e Nelson Rodrigues.
Virada Sustentável
Repetindo o modelo híbrido virtual-presencial de 2020, a Virada Sustentável de São Paulo começou ontem e vai até o dia 22. O evento esse ano propõe reflexões sobre o mundo pós-pandemoia e tem trabalhos de 100 organizações e artistas espalhados por toda a cidade. Destaque para a videoarte “Silêncios - Ouça a Floresta”, da fotógrafa Sitah, entre os dias 03 e 09 de setembro no CCSP.
Sitah é especialista em antropologia visual pela Universidade de Barcelona e há mais de uma década trabalha com com mulheres indígenas do Amazonas e junto às lideranças femininas do Xingu.
Thiago Vinicius, da Agência Popular Solano Trindade, fala sobre comida orgânica e o impacto das ações cuturais nas periferias de São Paulo.
Faz escuro mas eu canto, de Alder Esbell (Fundação Bienal)
Exposição de Noa Eshkol ganha espaços da Casa do Povo (Revista Museu)